Presidente do TST apóia formação de cooperativas para reduzir desemprego
O presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Francisco
Fausto, afirmou hoje (04) que chegou a hora da economia deslanchar em
parceria com a ordem social. "Não podemos ser apenas monetaristas,
agora é o momento de incentivar qualquer medida que impulsione a
geração de empregos". A declaração foi dada pelo ministro, que
disse apoiar a decisão do governo de estimular trabalhadores a se
reunirem em cooperativas de trabalho. O objetivo, com o incentivo à
formação dessas cooperativas, será levar capacitação aos trabalhadores
para que eles próprios assumam empresas em dificuldade financeira e
consigam driblar o desemprego.
O presidente do TST afirmou ser fundamental a atuação das
cooperativas de empregados neste momento de situação econômica difícil
para as empresas, muitas delas em situação pré-falimentar. Para o
ministro, esta seria uma saída interessante para garantir tanto o
emprego ao trabalhador quanto a continuidade da atividade econômica.
"Há muitas empresas, inclusive no campo, que passam por sérias
dificuldades financeiras e que se fossem gerenciadas por meio de
cooperativas garantiriam milhares de empregos", afirmou.
Quando as empresas já estiverem funcionando por meio das
cooperativas de funcionários, a intenção do governo é facilitar a
obtenção de empréstimos e a renegociação das dívidas dessas empresas
para com a União. De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego,
existem hoje 289 empresas geridas por trabalhadores seguindo o modelo
do cooperativismo e empresas de auto-gestão. Já as estatísticas da
Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) apontam para a
existência de 147 cooperativas de produção criadas a partir de empresas
que se encontravam em dificuldades financeiras.
Francisco Fausto afirmou, no entanto, que o governo não pode ser um
parceiro na criação dessas cooperativas e depois simplesmente
entregá-las aos trabalhadores, sem oferecer qualquer estímulo ou
acompanhamento posterior. "É preciso criar políticas que mantenham as
condições de funcionamento, que facilitem o acesso aos recursos
financeiros e a treinamento", afirmou. "Do contrário, estaremos apenas
retardando a situação de penúria do trabalhador brasileiro",
acrescentou o presidente do TST.