Tomadoras de serviços simultâneos de escolta são responsáveis por créditos devidos a vigilante

Tomadoras de serviços simultâneos de escolta são responsáveis por créditos devidos a vigilante

A Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho reconheceu a responsabilidade subsidiária de três empresas tomadoras de serviço pelo pagamento de créditos trabalhistas devidos a um vigilante que lhes prestava serviços de escolta armada.  A decisão seguiu a jurisprudência do TST, que não exige exclusividade na prestação de serviços para a responsabilização subsidiária, circunstância em que a real empregadora não paga corretamente o devido.

Escolta

O vigilante fora contratado pela Vipper - Segurança Armada Ltda, de Campinas (SP), e comprovou que, durante todo o período do contrato de trabalho, fazia serviços de escolta de cargas para a Magazine Luiza S.A, a TNT Mercúrio Cargas e Encomendas Expressas Ltda. e a Jamef Transportes Ltda. Na ação, ele requereu a atribuição de responsabilidade subsidiária às três empresas pelo pagamento dos créditos trabalhistas reconhecidos em sentença. 

Na defesa, as empresas não negaram a prestação de serviço em seu favor, mas argumentaram que não deveriam ser responsabilizadas pelos valores devidos.

O pedido foi deferido pelo juízo de primeiro grau, mas o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas/SP) afastou a responsabilidade das três empresas, por entender que o profissional de escolta da carga em trânsito de diversas tomadoras não se vinculava claramente a nenhuma delas. 

Sem exclusividade

Segundo o relator do recurso de revista do vigilante, ministro Lelio Bentes Corrêa, o TRT, ao excluir a responsabilização das tomadoras de serviços porque não fora delimitado o período em que o trabalhador havia prestado serviços a cada uma, contrariou a Súmula 331 do TST, que nada menciona acerca da exclusividade em relação aos serviços prestados. O ministro observou, também, que a jurisprudência do TST se firmou no sentido de que a prestação de serviços de forma concomitante a uma pluralidade de empresas não afasta a incidência da súmula. 

Com a decisão, a Sexta Turma determinou o retorno dos autos ao Tribunal Regional, para que prossiga o julgamento dos recursos ordinários interpostos pelas empresas.

Processo: RR-10066-04.2019.5.15.0043  

RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO A
ACÓRDÃO PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI
N.º 13.467/2017. RITO SUMARÍSSIMO.
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. EMPRESA
PRIVADA. SÚMULA N.º 331, IV, DO TRIBUNAL
SUPERIOR DO TRABALHO. PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS A VÁRIAS EMPRESAS.
TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA DA CAUSA
RECONHECIDA. 1. Cuida-se de controvérsia
acerca da responsabilidade subsidiária da
empresa tomadora dos serviços em face do
inadimplemento das obrigações trabalhistas
por parte da empresa prestadora de serviços.
2. A jurisprudência iterativa, notória e atual
desta Corte superior orienta-se no sentido de
que a prestação de serviços, de forma
concomitante, a uma pluralidade de empresas,
não afasta a incidência da Súmula n.º 331, IV,
do TST. 3. A tese esposada pela Corte de
origem, no sentido de excluir a condenação
subsidiária das reclamadas TNT MERCÚRIO
CARGAS E ENCOMENDAS EXPRESSAS LTDA.,
JAMEF TRANSPORTES LIMITADA e MAGAZINE
LUIZA S/A, por constatar que não havia uma
única tomadora dos serviços prestados pelo
obreiro no período, uma vez que havia
prestação concomitante para todas elas,
contraria a jurisprudência dominante nesta
Corte superior, resultando evidenciada a
transcendência política da causa. No mesmo
diapasão, justifica-se o conhecimento do
Recurso de Revista ante a contrariedade à
Súmula nº 331, IV, do Tribunal Superior do
Trabalho, sendo o seu provimento mero
corolário. 4. Recurso de Revista conhecido e
provido

Esta notícia foi publicada originalmente em um site oficial (TST - Tribunal Superior do Trabalho) e não reflete, necessariamente, a opinião do DireitoNet. Permitida a reprodução total ou parcial, desde que citada a fonte. Consulte sempre um advogado.
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